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segunda-feira, 28 de maio de 2018

Há sempre uma história à sua espera... Vá ao encontro dela

  Tudo começou com um desafio e com um compromisso.
Integrado nos conteúdos programáticos da disciplina de Português- 6º ano- a professora Dulce Castanheira convidou a escritora Maria  Alberta Menéres, para vir à nossa Escola, para falar da sua vida e obra, especialmente do livro Ulisses, cuja leitura iam iniciar. Apesar da escritora não poder estar presente, enviou, através da Biblioteca  Escolar, algumas informações e deixou alguns  apelos. Um deles, a importância da leitura e outro o gosto pela escrita e que as histórias podem surgir quando e onde  não se está à espera. Só é preciso estarmos atentos a tudo o que nos rodeia para que se despolete a imaginação e a criatividade   e eis  que elas saltam do anonimato para a folha de papel e depois para o livro.
Ouvindo este comentário, o Diogo Moura, do 6º A, interrogou-se:- Mas tudo pode dar uma história  ?
- Claro que sim, disse a mensageira, estamos na sala de Educação Musical, olha com atenção, e observa aquilo que mais te interessou/intrigou.
- Uma viola com uma corda partida, que não serve para nada, inútil, temporariamente, pois não se pode tocar.
- Ora  aí está o pretexto para uma história. Queres tentar fazer a história da viola que tinha uma corda partida ?

- Claro que  sim, foi a resposta pronta do Diogo.
 Ficámos  à espera e agora  está a partilhar a sua história.
Vamos lê-la. Quem mais se quer lançar nesta aventura da leitura e da escrita? 


A Viola que perdeu uma corda




Numa escola, havia uma sala de música que tinha um suporte para piano, uma secretária com um computador, várias mesas e dois armários repletos de instrumentos que transmitiam beleza e harmonia de dentro de si. Nessa sala estava uma viola que não tinha uma corda. Essa viola era alvo de muitas perguntas por parte de todos os instrumentos sobre a história de como a sua corda tinha desaparecido. Mas a viola da nossa história insistia sempre em não contar. Esta atitude tornava a viola uma figura reservada, discreta, tímida e indiscutivelmente misteriosa, fazendo com que todos os instrumentos ficassem cada vez mais curiosos.

Até que um dia, farta das mesmas questões, a viola cedeu.

-Pronto eu conto. -disse a viola já cansada de os ouvir- Mas não me chateiem mais!

E a viola começou a narrar a sua história.


Num dia de sol e de céu limpo, estava a decorrer o sarau da escola, com muitas crianças a festejarem o último dia de aulas e, eu estava na sala de música à espera que me levassem ao palco para atuar. Enquanto estava à espera, entretinha-me a ver as crianças a brincarem. Até que chegou a hora de ir para o palco. Era um rapaz que me ia tocar que aparentava ser corajoso e determinado no entanto estava muito nervoso mas tocava muito bem, no entanto, por vezes o nervosismo pode causar desastres. No palco o rapaz, à medida que ia tocando, ia ficando menos nervoso e estava a tocar cada vez melhor, até que… 

Se ouviu um barulho estranho, e eu comecei a estremecer, a desafinar e cada vez mais a perder o som.  Eu tinha ficado sem uma corda!

-E esta é a história de como eu perdi uma corda, que vocês tanto queriam saber.

-E como é que o rapaz que te tocou ficou? -perguntou um dos instrumentos.

A viola respondeu misteriosamente:




-Isso já é outra história.