O Dia da Espiga,
coincide com a Quinta-feira da Ascensão, é uma data móvel (40 dias depois da
Páscoa) que segue o calendário litúrgico cristão.
Atualmente poucas são as
pessoas que ainda vão ao campo nessa quinta-feira para apanhar a espiga, ou que
se deslocam às igrejas para participar nos preceitos religiosos próprios da
data, tempos houve em que, de norte a sul do país, esta foi uma data faustosa,
das mais festivas do ano, repleta de cerimónias sagradas e profanas, que em
muitas zonas implicava mesmo a paragem laboral.
A origem desta festividade é muito anterior à era cristã. Este dia é um
herdeiro direto de rituais antigos, realizados durante séculos, por todo o
mundo mediterrâneo, em que grandiosos festivais, de intensos cantares e danças,
celebravam a primavera, consagravam a natureza e se exortava o eclodir da vida
vegetal e animal, após a letargia dos meses frios, e a esperança nas novas
colheitas.
Dia da
Espiga é então o dia em que as pessoas vão ao campo apanhar a espiga, a qual
não é apenas um viçoso ramo de várias plantas - cuja composição, número e
significado de cada uma, varia de região para região –, guardado durante um
ano, mas é também um poderoso e multifacetado amuleto, que é pendurado, por
norma, na parede da cozinha ou da sala, para trazer a abundância, a alegria, a
saúde e a sorte. Em muitas terras, quando faz trovoada, por exemplo, arde-se, à
lareira, um dos pés do ramo da espiga para afastar a tormenta.
Na nossa Escola, os alunos do Ensino Pré-Escolar e do 1º e 2º ano, foram ao campo apanhar a espiga e refletiram sobre esta tradição e a turma do 3º ano assinalou a data, com pesquisas sobre a comemoração, que resultaram em trabalhos escritos e pictóricos , nomeadamente recolha de adágios, tradições locais e desenhos. Foi mais uma aprendizagem, também ela integrada na comemoração do Ano Europeu do Património. Quem não conhece, não valoriza e não preserva e como consequência vai-se perdendo a nossa identidade e a nossa História.
Nenhum comentário:
Postar um comentário