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domingo, 6 de maio de 2018

Conheça o autor do mês de maio- Manuel Alegre

«Escrevo porque sim, porque me apeteceu, porque tinha que ser.»
«Não escrevi o que escrevi, se não tivesse vivido o que vivi.»

O autor do mês de maio proposto pela BE de Pereira é Manuel Alegre, venha conhecê-lo .
Manuel Alegre de Melo Duarte nasceu a 12 de maio de 1936 em Águeda, no seio de uma família de lutadores por causas sociais. O seu trisavô organizou a primeira revolta contra D. Miguel e o seu avô materno foi um dos fundadores da República. Estudou Direito na Universidade de Coimbra, onde foi um ativo dirigente estudantil. 


Apoiou a candidatura do General Humberto Delgado. Foi fundador do CITAC – Centro de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra, membro do TEUC – Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra, campeão nacional de natação e atleta internacional da Associação Académica de Coimbra. Dirigiu o jornal A Briosa, foi redator da revista Vértice e colaborador da Via Latina. A sua tomada de posição sobre a ditadura e a guerra colonial levam o regime de Salazar a chamá-lo para o serviço militar em 1961, sendo colocado nos Açores, onde tenta uma ocupação da ilha de S. Miguel, com Melo Antunes. Em 1962 é mobilizado para Angola, onde dirige uma tentativa pioneira de revolta militar.
 É preso pela PIDE, em Luanda, em 1963, durante 6 meses. Na cadeia conhece escritores angolanos como Luandino Vieira, António Jacinto e António Cardoso.
Colocado com residência fixa em Coimbra, acaba por passar à clandestinidade e sair para o exílio em 1964.
Passa dez anos exilado em Argel, onde é dirigente da Frente Patriótica de Libertação Nacional. Aos microfones da emissora A Voz da Liberdade, a sua voz converte-se num símbolo de resistência e liberdade

Entretanto, os seus dois primeiros livros, Praça da Canção (1965) e O Canto e as Armas (1967) são apreendidos pela censura, mas passam de mão em mão em cópias clandestinas, manuscritas ou datilografadas. Poemas seus, cantados, entre outros, por Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire e Luís Cília, tornam-se emblemáticos da luta pela liberdade. Regressa finalmente a Portugal em 2 de Maio de 1974, dias após o 25 de Abril.

Depois do 25 de abril de 1974 filia-se no Partido Socialista.
 Foi redator do preâmbulo da Constituição de 1976. 
Foi deputado por Coimbra em todas as eleições desde 1975 até 2002 e por Lisboa a partir de 2002-
Participou no I Governo Constitucional formado pelo Partido Socialista.
 Foi Vice-Presidente da Assembleia da República.
Em 2005 candidatou-se à Presidência da República, como independente e apoiado por cidadãos, tendo obtido mais de 1 milhão de votos nas eleições presidenciais de 22 de Janeiro de 2006, ficando em segundo lugar e à frente de Mário Soares, o candidato então apoiado pelo PS.
Em 2011 voltou a candidatar-se à Presidência da República.

A sua vasta obra literária, que inclui o romance, o conto, o ensaio, mas sobretudo a poesia, tem sido amplamente difundida e aclamada. Tem edições da sua obra em italiano, espanhol, alemão, catalão, francês, romeno e russo.

A sua poesia foi e é um hino à Liberdade e, talvez seja por isso que é lembrada por muitos resistentes que lutaram contra a ditadura. É considerado o poeta mais cantado pelos músicos portugueses.

Foram-lhe atribuídos os mais distintos prémios literários. Em 2017, recebe o Prémio Camões a mais importante consagração literária da Língua Portuguesa.







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